terça-feira, 31 de março de 2009



(...) E então,
ao grande balé das alucinações,
sucederá o vazio
dos teus olhos,
ainda abertos e infelizes,
espelhos quebrados
da tua silenciosa
ira. (...)

(Trecho do poema nº 9, do bloco Não viverás, do livro Poesia Clandestina.)






Não viverás
pelo cadáver
da tua poesia.
Ficará ele avulso,
em folhas soltas,
aguardando o prazo legal
do esquecimento,
do improvisado enterro
de cada verso,
o prazo legal
do inútil julgamento
de cada metáfora. (...)

(Trecho do poema nº 8, do bloco Não viverás, do livro Poesia Clandestina.)






(...) E eu não existo
como se existe
em páginas menos aborrecidas.
Deixo que façam de mim
o que se faz dos homens
quando não há mais
toda aquela poesia.


E agora não se sabe
o que farão os homens
do amanhã que há
nos homens de poesia. (...)

(Trecho do poema Os homens de poesia, do livro Poesia Clandestina.)

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